
"Eu precisava que ele fizesse um relatório da administração e moral das províncias orientais, especialmente da Síria e da Judéia. Ambas criavam problemas por razões diferentes, a Síria porque era mal administrada, a Judéia porque era impossível de ser administrada. Seus habitantes, os judeus, são monoteístas intolerantes e intratáveis, que relutam tanto em pagar as taxas romanas quanto em adorar os deuses romanos. Estavam precisando que (...) lhes desse umas bastonadas. É difícil saber como governar os judeus. Tentei governá-los diretamente e tentei governá-los por intermédio de um rei nosso protegido, Herodes. Não gostaram de um bem do outro. A rebelião está sempre fervilhando sob a superfície, pois são fanáticos religiosos que absurdamente acreditam serem o povo escolhido de um único deus. Digo absurdamente por duas razões: a primeira é que não temos motivo para acreditar que exista apenas um deus, e na verdade todas as investigações e observações racionais na História da humanidade indicam que é um contra-senso acreditar nisto. Por que seriam os judeus os únicos a estarem certos? A segunda é que, se fossem realmente um "povo escolhido", era de esperar que tivessem conseguido mais do favoritismo desse deus. O que acontece é que eles vivem brigando entre si numa algazarra de macacos, apertados entre o mar e o deserto. A conclusão inescapável é que a suposição de que contam com a predileção de seu deus é a prova mais ridícula da infinita vaidade humana e da sua capacidade de se iludir."
Texto extraido das "Memórias de Augusto", autobiografia autêntica de próprio punho de Caio Otávio Augusto, primeiro imperador de Roma, encontradas num mosteiro da Macedônia em 1984....
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